terça-feira, 17 de agosto de 2010

Teste ergoespirométrico, para que serve?


O teste ergoespirométrico é um teste que fornece alguns parâmetros para serem utilizados no programa de treinos.
Em corredores, o teste em geral é realizado em esteira, e o avaliado coloca um analisador de gases na boca, que verificará as diferenças entre entrada e saída de O2 e CO2. Existe a possibilidade de realizar este teste em pista de atletismo, o que traria resultados mais precisos, mas o teste realizado desta forma ainda está mais restrito a pesquisas científicas.
O avaliado é submetido a um protocolo de esforço progressivo, onde em intervalos de tempos regulares há um incremento na intensidade, seja aumentando a velocidade ou a inclinação (o que não é o ideal). O teste deve prosseguir até o avaliado dar um sinal de que chegou ao seu limite.
Como dados importantes para a prescrição do treinamento, o teste fornece as velocidades e a freqüência cardíaca correspondentes ao limiar aeróbio, anaeróbio e VO2 máximo.
Porém na prática, são poucos os laboratórios que estão realizando o teste com bons protocolos.
Por vezes, por não terem uma esteira que seja suficientemente veloz para atletas intermediários e avançados, os avaliadores inclinam a esteira, perdendo o parâmetro de intensidade para aplicação no treinamento. Por exemplo, o resultado do teste pode indicar que a intensidade do limiar aeróbio do avaliado é de 10km/h com 5% de inclinação, o que na prática perde a efetividade, pois os treinos em sua maior parte são realizados em percursos planos.
Ocorre ainda que, para terminar o teste mais rápido, alguns avaliadores incrementam a velocidade em 1km/h a cada 30s, o que é muito pouco tempo para o organismo se adaptar, e quando organismo se adapta à velocidade, indicando a passagem entre limiares ou ao Vo2máx, a velocidade já é outra, e assim os parâmetros são superestimados claramente.
É possível utilizar a freqüência cardíaca como parâmetro dos limiares e Vo2 máx, mas esta não é uma ferramenta de controle de intensidade tão precisa como a velocidade de limiares e de Vo2 máx, pois durante um treino devido a transpiração, há alteração na volemia (volume de sangue) o que interfere na freqüência cardíaca, mas isto é assunto para um próximo post. 
O teste ergoespirométrico, não é muito indicado para corredores iniciantes, pois estes melhoram seu desempenho rapidamente, e em pouco tempo de treinamento, os parâmetros adquiridos no teste estarão defasados.
Portanto, antes de realizar um teste ergoespirométrico, procure saber com outros corredores sobre a qualidade do teste e se for preciso, converse com o avaliador sobre como será o protocolo de teste.
Esta semana coloco um vídeo que vi recentemente no you tube, que trás uma mensagem muito legal.

Boas corridas!


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Alongar ou não??

Há muito tempo o alongamento é utilizado antes das sessões de treinos, como parte do aquecimento, com o objetivo de prevenir lesões e melhorar o desempenho no treino.
Atualmente diversos estudos sobre alongamento colocaram em dúvida a sua eficiência. Alguns estudos não verificaram o efeito preventivo do alongamento antes de um treino, e outros estudos sugeriram que o alongamento estático pode diminuir a força máxima e assim comprometer o desempenho esportivo. Com freqüência a mídia publica discussões sobre se o alongamento beneficia ou prejudica o desempenho nas corridas.
Procurarei aqui fazer algumas considerações sobre o alongamento pré atividade.
Os estudos que começaram a sugerir que o alongamento antes de um treino pode diminuir a força e comprometer o desempenho, partiram de um grupo de pesquisadores americanos que compararam a força do quadríceps antes do alongamento e após “4 exercícios de alongamento com 4 séries de 30s cada exercício” (total de 8min de alongamento para 1 grupo muscular)
Oras, 8 minutos de alongamento para um único grupo muscular, está muito além de ser uma rotina de aquecimento, e sim um treino de flexibilidade, que por sua vez traz micro rupturas das fibras musculares e relaxamento, comprometendo o desempenho.
O alongamento antes do treino, em geral, dura de 15 a 30s para cada grupo muscular. Se 15 a 30s atrapalhasse a produção de força e comprometesse o desempenho, então seria melhor que no dia de uma prova ou mesmo de um treino mais intenso, o atleta não espreguiçar-se, pois poderia ter seu rendimento comprometido. E ainda, se o alongamento atrapalha o desempenho de força, como explicar a performance de atletas de ginástica artística que realizam alongamentos antes de suas rotinas de exercícios que envolvem força e potência?
O alongamento antes de uma sessão de treino é um bom aliado para melhorar a amplitude de movimento e aporte sanguíneo para o músculo, favorecendo o desempenho.
Quanto aos estudos que não verificaram o efeito preventivo do alongamento em lesões, penso que para este caso deve ser considerado o sujeito e a atividade. Se um sujeito não possui uma boa flexibilidade e irá realizar um treino que envolve grande amplitude de movimentos como tiros curtos, acredito que o alongamento como parte de um bom aquecimento, neste caso, seja importante para evitar uma distensão muscular.
Vale dizer ainda, que se o alongamento pré atividade não tem um efeito preventivo muito significativo, ter uma boa flexibilidade, é fundamental para evitar lesões como tendinites que são ocasionadas pela repetição constante de uma alta carga de treinos sem um devido descanso e favorecidas pela falta de flexibilidade.

Fica aqui o agradecimento ao amigo Antônio Colucci, que presenteou este blog com um selo. Na próxima semana colocarei o selo, e cumprirei a regra de passar a 9 blogs e falar 9 características sobre mim.

Na semana passada postei um vídeo sobre o filme Carruagens de Fogo. Agora pergunto: quem já assistiu o filme e nunca realizou um treino ou prova como o protagonista do vídeo desta semana? Bom, eu pelo menos me identifiquei bastante com o protagonista...rsrsrs

Boas corridas!